Ken Kesey Quote

Cont.. Página 46) O seu rosto negro, bonito, cintilava ali na minha frente. Fiquei boquiaberto, tentando pensar em alguma maneira de responder. Ficamos juntos, enlaçados daquela maneira durante alguns segundos; então o som da fábrica saltou num arranco, e alguma coisa começou a puxá-la para trás, afastando-a de mim. Um cordão em algum lugar que eu não via se havia prendido naquela saia vermelha florida e a puxava para trás. As unhas dela foram arranhando as minhas mãos e, tão logo ela desfez o contato comigo, seu rosto saiu novamente de foco, tornou-se suave e escorregadio como chocolate derretendo-se atrás daquela neblina de algodão que soprava. Ela riu e girou depressa, deixando que eu visse a perna amarela, quando a saia subiu. Lançou-me uma piscadela de olho por sobre o ombro enquanto corria para sua máquina, onde uma pilha de fibra deslizava da mesa para o chão; ela apanhou tudo e saiu correndo sem barulho pela fileira de máquinas para enfiar as fibra num funil de enchimento; depois, desapareceu no meu ângulo de visão virando num canto.(Página 47) Todos aqueles fusos bobinando e rodando, e lançadeiras saltando por todo lado, e carretéis fustigando o ar com fios, paredes caiadas e máquinas cinza-aço e moças com saias floridas saltitando para a frente e para trás e a coisa toda tecida como uma tela, com linhas brancas corrediças que prendiam a fábrica, mantendo-a unida - aquilo tudo me marcou e de vez em quando alguma coisa na enfermaria o traz de volta à minha mente Sim. Isto é o que sei.. A enfermaria é uma fábrica da Liga. Serve para reparar os enganos cometidos nas vizinhanças, nas escolas e nas igrejas, isso é o que o hospital é. Quando um produto acaba, volta para a sociedade lá fora - todo reparado e bom como se fosse novo, às vezes melhor do que se fosse novo, traz alegria ao coração da Chefona; algo que entrou deformado, todo diferente, agora é um componente em funcionamento e bem-ajustado, um crédito para todo esquema e uma maravilha para ser observado. Observe-o se esgueirando pela terra com um sorriso, encaixando-se em alguma vizinhançazinha, onde estão escavando valas agora mesmo, por toda a rua, para colocar encanamento para a água da cidade. Ele está contente com isso. Ele finalmente está ajustado ao meio-ambiente...

Ken Kesey

Cont.. Página 46) O seu rosto negro, bonito, cintilava ali na minha frente. Fiquei boquiaberto, tentando pensar em alguma maneira de responder. Ficamos juntos, enlaçados daquela maneira durante alguns segundos; então o som da fábrica saltou num arranco, e alguma coisa começou a puxá-la para trás, afastando-a de mim. Um cordão em algum lugar que eu não via se havia prendido naquela saia vermelha florida e a puxava para trás. As unhas dela foram arranhando as minhas mãos e, tão logo ela desfez o contato comigo, seu rosto saiu novamente de foco, tornou-se suave e escorregadio como chocolate derretendo-se atrás daquela neblina de algodão que soprava. Ela riu e girou depressa, deixando que eu visse a perna amarela, quando a saia subiu. Lançou-me uma piscadela de olho por sobre o ombro enquanto corria para sua máquina, onde uma pilha de fibra deslizava da mesa para o chão; ela apanhou tudo e saiu correndo sem barulho pela fileira de máquinas para enfiar as fibra num funil de enchimento; depois, desapareceu no meu ângulo de visão virando num canto.(Página 47) Todos aqueles fusos bobinando e rodando, e lançadeiras saltando por todo lado, e carretéis fustigando o ar com fios, paredes caiadas e máquinas cinza-aço e moças com saias floridas saltitando para a frente e para trás e a coisa toda tecida como uma tela, com linhas brancas corrediças que prendiam a fábrica, mantendo-a unida - aquilo tudo me marcou e de vez em quando alguma coisa na enfermaria o traz de volta à minha mente Sim. Isto é o que sei.. A enfermaria é uma fábrica da Liga. Serve para reparar os enganos cometidos nas vizinhanças, nas escolas e nas igrejas, isso é o que o hospital é. Quando um produto acaba, volta para a sociedade lá fora - todo reparado e bom como se fosse novo, às vezes melhor do que se fosse novo, traz alegria ao coração da Chefona; algo que entrou deformado, todo diferente, agora é um componente em funcionamento e bem-ajustado, um crédito para todo esquema e uma maravilha para ser observado. Observe-o se esgueirando pela terra com um sorriso, encaixando-se em alguma vizinhançazinha, onde estão escavando valas agora mesmo, por toda a rua, para colocar encanamento para a água da cidade. Ele está contente com isso. Ele finalmente está ajustado ao meio-ambiente...

Related Quotes

About Ken Kesey

Ken Elton Kesey (September 17, 1935 – November 10, 2001) was an American novelist, essayist and countercultural figure. He considered himself a link between the Beat Generation of the 1950s and the hippies of the 1960s.
Kesey was born in La Junta, Colorado, and grew up in Springfield, Oregon, graduating from the University of Oregon in 1957. He began writing One Flew Over the Cuckoo's Nest in 1960 after completing a graduate fellowship in creative writing at Stanford University; the novel was an immediate commercial and critical success when published two years later. During this period, Kesey participated in CIA-financed studies involving hallucinogenic drugs (including mescaline and LSD) to supplement his income.
After One Flew Over the Cuckoo's Nest was published, Kesey moved to nearby La Honda, California, and began hosting happenings with former colleagues from Stanford, bohemian and literary figures including Neal Cassady and other friends, who became collectively known as the Merry Pranksters. As documented in writer Tom Wolfe's 1968 New Journalism book The Electric Kool-Aid Acid Test, some of the parties were promoted to the public as Acid Tests, and integrated the consumption of LSD with multimedia performances. He mentored the Grateful Dead, who were the Acid Tests' house band, and continued to exert a profound influence upon the group throughout their career.
Kesey's second novel, Sometimes a Great Notion, was a commercial success that polarized some critics and readers upon its release in 1964. An epic account of the vicissitudes of an Oregon logging family that aspired to the modernist grandeur of William Faulkner's Yoknapatawpha saga, Kesey regarded it as his magnum opus.
In 1965, after being arrested for marijuana possession and faking suicide, Kesey was imprisoned for five months. Shortly thereafter, he returned home to the Willamette Valley and settled in Pleasant Hill, Oregon, where he maintained a secluded, family-oriented lifestyle for the rest of his life. In addition to teaching at the University of Oregon—an experience that culminated in Caverns (1989), a collaborative novel by Kesey and his graduate workshop students under the pseudonym "O.U. Levon"—he continued to regularly contribute fiction and reportage to such publications as Esquire, Rolling Stone, Oui, Running, and The Whole Earth Catalog; various iterations of these pieces were collected in Kesey's Garage Sale (1973) and Demon Box (1986).
Between 1974 and 1980, Kesey published six issues of Spit in the Ocean, a literary magazine that featured excerpts from an unfinished novel (Seven Prayers by Grandma Whittier, an account of Kesey's grandmother's struggle with Alzheimer's disease) and contributions from writers including Margo St. James, Kate Millett, Stewart Brand, Saul-Paul Sirag, Jack Sarfatti, Paul Krassner and William S. Burroughs. After a third novel (Sailor Song) was released to lukewarm reviews in 1992, he reunited with the Merry Pranksters and began publishing works on the Internet until ill health (including a stroke) curtailed his activities.